10 de agosto de 2012

Estação

Numa estação me recolhi, esperei, não sabia quem procurar ou o que, mas desejava encontrar. Fugir de tudo que não tinha sentido, fugir de mim era meu objetivo... Desejava alguém ou algo maior que mostrasse o caminho, que mudasse meu destino. Nada acontecia, não existiam motivos, um novo rumo ansiava, mas não me mexia, e a vida continuava seu ciclo. Amava, sofria, vegetava, vivia. Ate quando me permitiria um vazio de respostas, para uma vida que acreditava não valer a pena, sem graça? Traumas, inseguranças, covardia, medo. Perdia-me em pensamentos, caos imaginado, alimentado. Nada me realizava. Medo das mudanças, do fracasso, do desconhecido... Por que o medo, se ainda não conheço o que pode vir?  É, mas o medo é isso, o desconhecido, o que não vejo.
Observei transeuntes, indo e vindo, chegando e partindo. O silêncio, minha inquietação. Turbilhão de emoções me confundia, certezas incertas pairavam num vazio de esperanças, sem roteiros. O medo não me deixava ver, não deixava agir, a inercia era aceita. Qual vagão entraria?
Um novo destino, uma rota, onde esses trilhos me levariam? Serei capaz de sobreviver se não encontrar o que procuro? Quem segurará minha mão, quando me sentir só? Quem me manterá aquecido no frio?...
Tentei as faces ler, o que sentiam, as atitudes. O andar rápido daqueles que já denunciavam a certeza do caminho, do seu destino. Felizes? Talvez. O que é a felicidade a não ser breves momentos,
 Eles sabiam..., lutavam. Tudo muda com o passar das horas, dos dias. O mundo, as pessoas mudam... O tempo marca a hora de partir. Agora é agir, não a acomodação, fechar um ciclo.Viver.
Chegou à hora, o tempo não espera... Ah! O trem... O aviso chama a atenção, não dá mas para adiar... Não posso mais permitir que ele se vá sem mim... Tudo agora tem sentido..., tudo faz sentido... Os trilhos, os vagões, a estação..., uma escolha..., uma vida, um destino...
Tudo o que sempre busquei esteve em mim. Nada encontrei fugindo. A vida é uma eterna busca de encontros e desencontros. Não adiantará mudar o lugar, se a inquietação não nos deixar refletir que não é o mundo que está "errado", mais a imagem que faço dele e de mim...
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7 de agosto de 2012

Os fins...


Minha luta, tua inercia
Minha dor, tua indiferença
Minha luz, tua claridade
Minha paixão, tua necessidade...

Tua solidão, minha companhia
Tua angustia, minha inquietação
Teu sofrimento, minha tristeza
Tua mentira, minha decepção...

Meu dito, teu consolo
Meu colo, tua acolhida
Meu clamor, tua piedade
Meu amor, tua vaidade...

Teu consolo, minha ilusão
Tua distancia, minha certeza
Teu silencio, minha ausência
Tua alegria, minha felicidade...

Nossas vidas, nossas escolhas...
Meu “o começo”, o teu, “o fim”...
Só um amor de verdade
não tem idade e nunca terá fim...
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